quarta-feira, 4 de abril de 2012

Tendências?

É uma atividade comum tentar imaginar o que acontecerá nos próximos meses, e até nos próximos anos. Entretanto é evidente que não há como prever o futuro, apenas é possível tentar determiná-lo com base na maior quantidade possível de dados relevantes. Mas, quais dados são realmente relevantes?

Existem diversas empresas de pesquisas que tentam imaginar o futuro para poder definir melhor o planejamento das demais empresas. A revista exame publicou recentemente, pelas mãos da Jornalista Cris Simon um relatório interessante sobre as principais tendências para 2012, desenvolvida pela Trendwatching



Alguns resultados apontados pela trendwatching não são nenhuma novidade, por exemplo, a cultura da tela. Estamos constantemente expostos a telas, seja na frente do computador, tablets, celulares, GPS, TV, etc., e ao que tudo indica, iremos continuar expostos a essas telas. Até aí, nenhuma novidade. Por outro lado, essa pesquisa aponta dados bastante interessantes e que merecem um pouco de reflexão. Note que, observar tendências, é apenas aguçar a percepção diante dos noticiarios, manchetes de jornais, o por que não, redes sociais pois, observando aquilo que as pessoas estão publicando é possível imaginar qual rumo elas estão tomando.

Outro aspecto relevante é: Não tome as tendências como verdade absoluta, ela apenas indica um fluxo de comportamento de massa, mas as pessoas agem e reagem na sociedade individualmente, ou por grupos, logo, o que pode ser tendência para um grupo, certamente não será tendência para outro.


Chinecização do mundo: Basta observar os rótulos de qualquer produto para perceber que 90% deles é fabricado na China. Com isso, o fluxo de capitais para esse país tem sido imenso nos últimos anos, o que tem feito surgir novos ricos. Agora, esses novos ricos irão sair da China e começar a visitar diversos países, seja a passeio, seja a negócios. na primeira metade de 2011 os chineses fizeram mais de 30 milhões de viagens, e esse número só tende a crescer, a Organização Mundial do Turismo estima que o número de chineses viajando pelo mundo vai chegar a 100 milhões em 2020. Com isso, as lojas de departamentos, serviços de turismo,  empresas de aviação, hotelaria e toda gama de empresas relacionadas diretamente ou indiretamente com turismo devem se preparar para a chinecizaçnao do mundo. 

Faça Você Mesmo: Como afirmei acima, nem todas as tendências cairão como uma luva em todos os públicos. Por exemplo, eu sempre fui adepto à essa  ideia do "Do It Yourself" (DIY), não é a toa que sou um grande leitor de manuais de como fazer. Por outro lado não me considero um consumidor muito interessante para muitas empresas, afinal o "Faça Você Mesmo" tira o mercado de muitos profissionais liberais mundo afora.
Enquanto isso não era observado como tendência, não era uma ameaça, agora imagine que todos passem a buscar eles mesmos suprirem suas necessidades. Voltaremos à era dos artesãos e escambos da idade média? Enfim, é bom observar que a ideia do "Faça Você Mesmo" está voltando a ganhar força impulsionado por  aplicativos, aparelhos e recursos que permitem mais autonomia do indivíduo. Essa autonomia já pode ser notada no monitoramento de exercícios, dietas e tratamentos médicos, portanto influenciará diretamente a rotina de profissionais ligados à saúde, como médicos, profissionais de educação física, nutricionistas, fisioterapeutas, treinadores, etc. a Apple Store, por exemplo, disponibiliza hoje 9 mil aplicativos de saúde. Cabe a esses profissionais e adaptarem a essas tendências. 


PechinChic: Chamada de Dealer-chic. Curiosamente, muitas pessoas, apesar de esclarecidas, tem vergonha de negociar preços e descontos, por parecer que estão "chorando migalhas" e pedindo desconto por não ter dinheiro. Isso pode parecer vexatório para muitas pessoas, por outro lado, as novas gerações, acostumados a um universo de informações e amparados por aplicativos que informam preços em tempo real, não se preocuparam mais com essa imagem. Eles irão procurar cada vez mais pechinchas e ofertas. Esse tipo de ação passará a ser mais bem vista pela sociedade, principalmente por um maior acesso às compras online, onde as informações estão disponíveis o tempo todo e a negociação é mais provável, sem o aparecimento público nem o contato cara-a-cara com o vendedor.



EcoReciclagem: Chamado de Eco-cycology, não é nenhuma grande novidade, afinal cada vez mais os consumidores, apesar de fazerem muito pouco para preservar o meio ambiente, valorizam empresas que o fazem. 



Cashless: O fim do dinheiro de papel: Basta uma caminhada pelos bares e restaurantes, lojas de conveniência e supermercados, para perceber que poucas pessoas têm usado dinheiro vivo ultimamente. Decididamente, receber bala de troco ficou completamente ultrapassado. 


ClasseCecicismo: Alavancagem base da pirâmide urbana. Já é um assunto bastante discutido ultimamente o crescimento do poder de compra e dos interessas comerciais das classes inferiores de renda nos países. Mais do que nunca, consumidores da base da pirâmide desejarão - e poderão - comprar, mas para isso exigirão inovações exclusivas para suas circunstâncias, como questões ligadas à sua falta de espaço e busca por maior durabilidade.


Crowdsourcing e crowdfunding: A contribuição sem esforço. Já é uma tendência há algum tempo, mas as pessoas estão reconhecendo mais ainda esses ambientes de colaboração. O Crowdsourcing é uma colaboração coletiva em torno de um bem comum, através de iniciativas como essa surgiram os softwares livres e a própria wikipedia. Já o crowdfunding é a colaboração financeira para um bem maior. Na verdade o processo é semelhante a coleta de impostos, onde cada indivíduo contribui com uma pequena quantia para que o governo, ao juntar tudo, consiga fazer grandes obras para o bem comum (na verdade é assim que deveria ser), a principal diferença entre o crowdsoucing e o imposto é que o primeiro não é obrigatório, logo não é "imposto"(verbo). Enfim, as pessoas gostam de contribuir com algo que é maior do que elas mesmas. Mas a realidade é que a maior parte dos consumidores acha que é muito difícil e dá trabalho demais", isso está mudando.


Flawsome, errar é humano. Curiosamente as pessoas tem reconhecido que as empresas são feitas de pessoas, e como diz a máxima: "errar é humano". Dessa forma, empresas que erram, mas reconhecem os erros são mais bem vistas do que aquelas empresas perfeitas e que nunca erram. Sempre gera aquela dúvida: "é impossiível ser perfeita, algum defeito ela deve ter". Assim, percebe-se uma tendência de humanização das marcas, inclusive mostrando suas falhas e fraquezas. Para consumidores, ganharão pontos as empresas que souberem admitir seus erros e melhorar atitudes. "Marcas que são honestas a respeito de suas falhas, que demonstram empatia, generosidade, humildade, flexibilidade, maturidade, humor e, se nos permite dizer, algum caráter e qualidades humanas", serão mais admiradas.


Screen culture. a vida gira em torna das telas. Não é preciso muita observação para percerber que "Em 2012, a 'vida' vai acontecer por meio de telas. Enfim, ao que tudo indica, as telas serão (ainda mais) onipresentes, móveis, baratas, interativas e intuitivas.


Recomércio: troca por pontos. Essa era uma estratégia usada por diversas empresas em busca de fidelização.  Entretanto, com o passar dos anos esse tipo de estratégia acabou ganhando corpo e independência, e hoje torna-se uma tendência. É bastante comum encontrar em rodas de bate-papo discussões a respeito de cartões de milhagem, semelhantes ao caricato filme "up in the air", traduzido no Brasil por "Amor sem escalas". Enfim, aproveitar o valor de compras antigas é, e ainda será, amplamente utilizado por comerciantes e consumidores.
Maturialismo, um consumidor mais maduro em sem preconceitos. Os consumidores  estão cada vez mais onsumidores com experiência e com a cabeça aberta em mercados emergentes tradicionalmente “conservadores” vão adotar campanhas e produtos que sejam sinceros ou até arriscados.
Adeptos de um mundo sem censura e com opiniõs firmes, esses shoppers não se chocam facilmente, nem toleram ser tratados como se isso acontecesse. Capazes de conduzir conversas transparentes, aceitar e experimentar inovações ousadas, admiram cada vez mais marcas que extrapolam os limites.


Point & Know: isso eu não sei, mas daqui um minuto serei especialista no assunto. Já é possível perceber uma série de recursos que dão aos consumidores todo tipo de informação em tempo real. Se não lembra o nome  daquele artista que pintou aquele quadro, aponte o celular para o quadro que poderá encontrar a ficha completa do artista, se não se lembra quem canta aquela canção, ou nem sabe o nome da canção, aperte um botão e seu aparelho lhe dirá a ficha completa do interprete, compositor e músicos que compõem a banda desde a formação original até hoje. Se não sabe o nome do filme que está passando, aperte um botão que o aparelho lhe dará a filmografia completa do diretor e dos atores principais. Basta "apontar e saber".

Não adianta lutar contra a maré, muitas dessas coisas estão acontecendo debaixo de nossos narizes, o que fazer?


Adapte-se ou morra.