segunda-feira, 22 de setembro de 2014

O que você espera da Universidade do Futuro?


Qual é a universidade ideal para você?
Essa é uma pesquisa desenvolvida pelo grupo educacional Laureate Educational juntamente com o instituto de pesquisa Zogby Analytics, para acessar o resultado da pesquisa original em inglês, clique aqui.

Vale a pena refletir um pouco o que os estudantes esperam da educação no mundo.
 
Apresentação
É um período fabuloso para se viver. As instituições familiares que até agora provinham estabilidade, segurança e oportunidade por um milênio inteiro agora se deparam com mudanças tecnológicas radicais. O planeta não se depara com períodos semelhantes desde a final da Idade Média, com o Renascimento, o Iluminismo e o Novo Mundo. As novas instituições, orientadas para as necessidades dos prossumidores, estão mudando o cenário mundial das políticas, organizações não-governamentais, economia, finanças e educação.
Diversos pesquisadores apontam para uma profunda crise nas universidades, e buscam soluções não apenas nos EUA, como no resto do mundo, para melhor lidar com essa modelo já insustentável de educação superior que já está em débito, tanto para as instituições quanto para os consumidores. Apesar de todos os problemas levantados, ainda não há nenhum esforço consistente para entender o que os estudantes acreditam que a educação superior poderia mudar e o que eles acham que realmente deveria mudar nas universidades. A pesquisa apontou que os estudantes tem uma boa visão sobre a universidade do Futuro, para eles, a universidade deverá ser acessível, flexível, inovadora e voltada para o trabalho.
Acessível: 43% dos pesquisados acreditam que a universidade irá disponibilizar conteúdo online gratuitamente para a maioria dos cursos e mais da metade acredita que os estudantes irão utilizar plataformas de mídia social para aprender e ensinar outros estudantes (59%). Aproximadamente 7 a cada 10 pesquisados (68%) acreditam que as universidades do futuro irão disponibilizar bibliotecas online gratuitas onde os estudantes irão acessar materiais de cursos e livros e outras referências.
Flexível: A maioria dos estudantes acredita que grande parte dos cursos serão ofertados a todas as horas do dia ou noite (52%) sem programas fixos (44%) para acomodar estudantes que trabalham ou que simplesmente preferem aprender em horas diferentes. Dois a cada cinco pesquisados (41%) acreditam que estudantes universitários no futuro serão capazes de ganhar certificados especializados através de suas carreiras acadêmicas o que permitiria a eles assistir aulas a seu próprio ritmo ao invés de concentrar tudo em 2 ou 4 anos.
Inovadora: Mais da metade dos entrevistados (54%) esperam que a universidade do futuro irá prover cursos em colaboração entre estudantes enfatizando os projetos em grupos. 43% acredita que os estudantes serão capazes de acessar instrução personalizada ou tutoriais online tornando talvez a experiência em sala de aula menos importante.
Job-oriented: O dia de estudantes medievais está com seus dias contados. Os estudantes pesquisados veem a universidade do futuro como claramente focada a estudantes preparados para o mercado de trabalho. 61% dos entrevistados acredita que a universidade do futuro oferecerá cursos desenhados por experts da indústria, 64% esperam que o curso seja ofertado em múltiplas linguagens para facilitar a empregabilidade na era da globalização, e finalmente mais de 7 a cada 10 entrevistados pensa que habilidades para a carreira serão importantes para universidade do futuro, ao invés de elementos teóricos.
The University of the Future Os objetivos da pesquisa eram:
·             Determinar opiniões através de tópicos e temas relativos aos modelos de educação do ensino superior;
·             Explorar atitudes estudantis sobre sua própria universidade e como ela deveria se parecer daqui a quinze anos.
Os tópicos abordados na pesquisa incluíram:
             Grade do curso (incluindo a crescente regra de experts industriais e empreendedorismo)
             Estrutura do curso, métodos e técnicas pedagógicas (como incorporação de plataformas de mídias sociais e outros modelos de teach friendly)
             Tipos de professores
             Preparação para trabalhos, colocação e estágios
             Habilidade para terá aulas a qualquer hora em qualquer lugar
             Vida universitária no século XXI.
Metodologia da pesquisa
A pesquisa Laureate Education/Zogby Analytics pesquisou 20,876 estudantes em 21 países. AZogby Analytics recebeu uma lista de 378,653 emails dos estudantes das instituições Laureate. Além disso, criou um portal para três das escolas onde não pode obter a lista de e-mails. No total participaram da pesquisa 37 universidades de 21 países.
No período de duas semanas foram enviados e-mails nas linguagens nativas dos estudantes, convidando-os para participar da pesquisa. Cada convite continha um link com uma identificação única que permitia uma única pesquisa por email. O link levava a uma pesquisa na língua nativa do estudante (exceto na Índia e África do Sul onde o língua padrão foi o inglês). Uma vez completada a pesquisa, o link expirava e não poderia mais ser usado. Duas semanas após o envio do primeiro e-mail, era enviado um novo e-mail para aqueles que não haviam respondido. A pesquisa tenha uma vida útil de quatro semanas, depois disso não podia mais ser utilizada. Os estudantes eram lembrados que esse tipo de pesquisa nunca tinha sido feita antes e que os resultados teriam uma função muito importante no futuro da educação superior mundial. Principalmente para es estudantes dos países em desenvolvimento que tinham uma média de 18 a 24 anos.
The Student of the Future (Survey Respondents)
Nos últimos 20 anos o mundo viu um impressionante crescimento da classe médias sem precedentes na história humana, especialmente o crescimento das classes C nos países em desenvolvimento. Assim, a universidade do futuro deve ser capaz de lidar com essa crescente demanda tornando o ensino superior mais acessível à essas classes emergentes. Exatamente esse público que foi abordado pela pesquisa, 1 a cada tries respondentes indicou que é a primeira pessoa da família a acessar o ensino superior. Mais impressionante da pesquisa é que 5 ou 6 a cada oito entrevistados indicaram que pagam eles mesmos por sua educação, ou o pagamento é feito através de suas famílias (90% dos entrevistados nos países em desenvolvimento). Para esses estudantes, a educação é considerada um investimento pessoal e não uma titulação. Além disso, como 1 a cada 3 dos entrevistados são os primeiros em suas famílias a acessar o ensino superior há uma sobrevalorização dessa escolaridade. A maioria dos respondentes, independentes da localização, são representantes da nova geração do milênio, ou seja, dominam as novas tecnologias de informação, possuem um relacionamento mais globalizado e grandes expectativas em relação ao futuro. Eles encontram-se principalmente, em países em desenvolvimento e são beneficiários do crescimento das taxas de educação nesses países, e também acreditam que sua educação irá levar a um maior crescimento nas economias em desenvolvimento.
Por outro lado, um enorme número de estudantes esperam por oportunidades nas universidades, eles possuem um alto grau de ansiedade e incerteza e estão bastante ansiosos com relação ao seu futuro, principalmente no que se refere ao valor do investimento num mercado relativamente limitado de trabalho. Um economista de Princeton, Alan Blinder, aponta que estudantes ocidentais entraram claramente na economia denominada “Gig Economy” onde jovens  (ou até os mais velhos que se encontram desempregados) não estão estabilizados nas carreiras mas mudando constantemente de trabalhos temporários. Segundo o economista, hoje na idade dos 20 anos muitos terão por volta de 4 gigs até os 30 anos, 10 gigs até seus 40 anos. Como resultado, o auto-aprendizado tem outro significado, ao invés do objetivo de obter um diploma, precisa criar um sistema mental que garante um aprendizado de longo termo, com cursos de capacitação, programas de certificação, mentores online e coaching, aprendizado de novas habilidades. Esses novos tipos de programas devem estar disponíveis em tempo real para poderem se encaixar nas grades dos estudantes, não das instituições” Negócios e empreendedorismo também precisarão ser mais dirigentes nos cursos pois são geradores de empregos. Segundo os próprios estudantes pesquisados
Algumas respostas
Na análise a seguir, quando se refere a maior parte ou a maioria, refere-se a mais de 60% dos entrevistaso, ou seja, entre 61 a 100%.
Transformações pela tecnologia: A visão dos estudantes sobre o futuro da universidade reflete uma crença universal no poder transformador da tecnologia na educação superior. Os estudantes são usuários de internet e querem o melhor que a tecnologia possa lhes oferecer. Materiais gratuitos, MOOCS, cursos que oferecidos a todos em momentos convenientes, professores disponíveis 24h on-screen que sejam ao mesmo tempo: tutores, mentores e encorajadores. Em cada instância, pelo meno sum terço, ou um quarto espera que a universidade do futuro (nos próximos 15 anos) seja dominada por modelos tech-friendly.
             Mais de2 a cada 5 entrevistados (43%) espera que a maioria de “seus cursos irão incluir conteúdo gratuito na internet para um número ilimitado de estudantes”. Isso inclui 45% dos estudantes entre 18-25 anos. Uma a cada três estudantes pensa que o grupo deverá pensar online ao invés de pensar na sala de aula tradicional, esse visão é compartilhada por 43% dos estudantes chineses e próximo de um terço dos estudantes latinos (por exemplo 26% dos brasileiros e 36% dos estudantes de Honduras). Um enorme grupo de 59% dos entrevistados diz que estudantes irão utilizar mídias sociais para aprender habilidades e inclusive ensinar para outros estudantes”
             Esse grupo de idade (18-24) não só domina a tecnologia, mas eles não estão acostumados a pagar por coisas que conseguem gratuitamente pela rede, por isso mais de 2/3 dos entrevistados esperam encontrar na universidade do futuro livros gratuitos e outros materiais de ensino. 74% dizem que isso vai tornar as coisas mais fáceis para eles.
             Esses estudantes não estão mais interessados em aulas das 9 às 17 mas das 7 às 24. 52% diz que “ a maioria das aulas serão disponibilizadas o dia todo e a também a noite toda”. Eles não esperam que a maioria dos cursos mantenham uma grade fixa de horários de aulas durante o ano e que os cursos serão ofertados com maior frequência para acomodar melhor as demandas dos estudantes: (44%)
             Os estudantes asiáticos, mais do que  qualquer outro grupo, acredita que, no futuro o aprendizado será dominado pelo conteúdo online, e eles também possuem uma visão mais positiva sobre esse fato. 55% dos estudantes asiáticos acreditam que as aulas o futuro serão melhores para eles, e apenas 8% pensam que as coisas podem piorar. Na américa latina esse sentimento de que as coisas podem piorar é de apenas 9%.
Educação de Valor: Estudantes querem uma educação que represente um retorno sobre seu investimento, e que esse retorno seja mais pratico e imediato, pois na maioria das vezes esse investimento é resultado de uma parceria entre eles e aqueles que se encontram numa posição melhor para lhes auxiliar. Dessa forma eles esperam que profissionais do mercado estejam mais próximos da universidade para desenhar melhor os cursos, tutoriar alguns estudantes e possivelmente realoca-los no mercado de trabalho.
             Os entrevistados possuem uma visão clara do valor de seu aprendizado. Por volta de 7 a cada 10 (71%) entendem que a maioria dos cursos do futuro irão “ensinar habilidades voltadas para as carreiras” por volta de 2 a cada 3 (64%) veem que esses cursos também terão pensamentos simultâneos em múltiplas linguagens para facilitar a mobilidade.
             A maioria espera que os cursos sejam desenhados por “experts do mercado para preparar os jovens para trabalhar em suas companhias” (60%) e por “empreendedores pagos por participantes” (45%) ao invés de “professores (scholars) ou experts do governo” (40%). Apenas 26% esperam que os cursos sejam formatados por outros estudantes. Dois a cada 5 (44%) entendem que a maior parte das instruções para o futuro será “part-time nas indústria ao invés de instrução full-time”. 43% afirmam que a maioria dos estudantes do futuro “terão tutorias personalizadas e instruções através de professores online e não pessoalmente”.
             Estudantes reconhecem que o diploma é temporário e estático e percebem que uma economia gig envolve mais certificações e recertificações, e eles que que as instituições onde eles estudam reflitam a respeito, ao invés de “ofertar cursos, todos de uma vez, num programa tradicional” 41% dos entrevistados acreditam que o estudante do futuro vai ganhar certificados ao longo de sua carreira.
             Os estudantes do futuro serão beneficiados do “desenvolvimento de carreira, oportunidades de trabalhos e supervisão provida diretamente pelos empregadores online e em tempo real”, 58%. 69% acreditam que isso irá melhorar a vida dos estudantes, e apenas 6% acredita que no futuro será mais difícil estudar. De qualquer maneira os estudantes não excluem o valor dos professores e governo, eles apenas quere se certificar de que suas habilidades venhas daqueles que estão com a “mão na massa”, ou seja, daqueles que estão numa posição mais privilegiada com relação ao mercado de trabalho. Os professores são vistos pelos entrevistados como tutores experientes, e amigos dos estudantes para que eles alcancem habilidades de relacionamento em grupo.
Ênfase e Cooperação: Ao contrário de alguns estereótipos, estudantes asiáticos são menos prováveis a pensar que os negócios futuros são um prêmio para uma performance acadêmica em cursos individuais (28% dos asiáticos contra 48% dos latino americanos). Por outro lado, os latino-americanos são os que menos acreditam que o futuro dos negócios será colaborativo (48% vs 62% dos asiáticos).
             Os estudantes pesquisados acreditam que o seu nível no futuro será baseado principalmente numa combinação de “contribuição de times e performance acadêmica” (64%) do que simplesmente numa performance acadêmica (21%), isso acabou sendo mais evidenciando entre os jovens estudantes. Mais da metade dos estudantes afirmou que os cursos do futuro serão mais “colaborativos com grande ênfase em projetos grupais”. Da mesma maneira os estudantes pensam que as empresas do futuro irão dar mais valor a trabalhos em grupo, relacionamento e certificados em habilidades de liderança ao invés do modelo atual que valoriza a performance individual.

Visão Global: Apesar de muitas questões demostrarem diferenças significantes entre diferentes regiões, assim como as diferenças entre países, muitas questões representaram uma consistência interessante, principalmente nos países em desenvolvimento.
         72% dos estudantes dos países em desenvolvimento acredita nas mudanças potenciais dos diversos tipos de cursos que serão pensados no futuro e que será melhor para os estudantes, enquanto que apenas 5% pensa que essas mudanças irão apenas piorar a situação atual. Esse sentimento positivo é compartilhado pelos estudantes dos 12 países em desenvolvimento pesquisados.
Conclusão
Hoje, existe um grande número de estudantes no ensino superior, principalmente nos países em desenvolvimento, e eles esperam que todas as tecnologias estejam a sua disposição para facilitar o processo de aprendizagem. O resultado dessa pesquisa indica que as instituições tem como desfio facilitar o processo de aprendizagem dos futuros estudantes de uma forma mais direta, pessoal, pratica, conveniente, confortável e plugada nessa que é considerada uma das passagens mais difíceis na vida de uma pessoa.