Qual é a universidade ideal para você?
Essa é uma pesquisa desenvolvida pelo grupo educacional Laureate Educational juntamente com o instituto de pesquisa Zogby Analytics, para acessar o resultado da pesquisa original em inglês, clique aqui.
Vale a pena refletir um pouco o que os estudantes esperam da educação no mundo.
Apresentação
É um período fabuloso para se viver. As instituições familiares que até agora
provinham estabilidade, segurança e oportunidade por um milênio inteiro agora
se deparam com mudanças tecnológicas radicais. O planeta não se depara com
períodos semelhantes desde a final da Idade Média, com o Renascimento, o
Iluminismo e o Novo Mundo. As novas instituições, orientadas para as
necessidades dos prossumidores, estão mudando o cenário mundial das políticas,
organizações não-governamentais, economia, finanças e educação.
Diversos pesquisadores apontam para uma profunda crise nas universidades,
e buscam soluções não apenas nos EUA, como no resto do mundo, para melhor lidar
com essa modelo já insustentável de educação superior que já está em débito,
tanto para as instituições quanto para os consumidores. Apesar de todos os
problemas levantados, ainda não há nenhum esforço consistente para entender o
que os estudantes acreditam que a educação superior poderia mudar e o que eles
acham que realmente deveria mudar nas universidades. A pesquisa apontou que os
estudantes tem uma boa visão sobre a universidade do Futuro, para eles, a
universidade deverá ser acessível, flexível, inovadora e voltada para o
trabalho.
Acessível: 43% dos pesquisados acreditam que a universidade
irá disponibilizar conteúdo online gratuitamente para a maioria dos cursos e
mais da metade acredita que os estudantes irão utilizar plataformas de mídia
social para aprender e ensinar outros estudantes (59%). Aproximadamente 7 a cada
10 pesquisados (68%) acreditam que as universidades do futuro irão
disponibilizar bibliotecas online gratuitas onde os estudantes irão acessar
materiais de cursos e livros e outras referências.
Flexível: A maioria dos estudantes acredita que grande parte
dos cursos serão ofertados a todas as horas do dia ou noite (52%) sem programas
fixos (44%) para acomodar estudantes que trabalham ou que simplesmente preferem
aprender em horas diferentes. Dois a cada cinco pesquisados (41%) acreditam que
estudantes universitários no futuro serão capazes de ganhar certificados
especializados através de suas carreiras acadêmicas o que permitiria a eles
assistir aulas a seu próprio ritmo ao invés de concentrar tudo em 2 ou 4 anos.
Inovadora: Mais da metade dos entrevistados
(54%) esperam que a universidade do futuro irá prover cursos em colaboração
entre estudantes enfatizando os projetos em grupos. 43% acredita que os
estudantes serão capazes de acessar instrução personalizada ou tutoriais online
tornando talvez a experiência em sala de aula menos importante.
Job-oriented: O dia de estudantes medievais
está com seus dias contados. Os estudantes pesquisados veem a universidade do
futuro como claramente focada a estudantes preparados para o mercado de
trabalho. 61% dos entrevistados acredita que a universidade do futuro oferecerá
cursos desenhados por experts da indústria, 64% esperam que o curso seja
ofertado em múltiplas linguagens para facilitar a empregabilidade na era da
globalização, e finalmente mais de 7 a cada 10 entrevistados pensa que
habilidades para a carreira serão importantes para universidade do futuro, ao
invés de elementos teóricos.
The University of the Future Os objetivos da pesquisa eram:
·
Determinar opiniões através de tópicos e temas relativos aos
modelos de educação do ensino superior;
·
Explorar atitudes estudantis sobre sua própria universidade
e como ela deveria se parecer daqui a quinze anos.
Os tópicos abordados na pesquisa incluíram:
•
Grade do curso (incluindo a crescente regra de experts industriais
e empreendedorismo)
•
Estrutura do curso, métodos e técnicas pedagógicas (como
incorporação de plataformas de mídias sociais e outros modelos de teach friendly)
•
Tipos de professores
•
Preparação para trabalhos, colocação e estágios
•
Habilidade para terá aulas a qualquer hora em qualquer
lugar
•
Vida universitária no século XXI.
Metodologia da
pesquisa
A pesquisa Laureate Education/Zogby Analytics pesquisou
20,876 estudantes em 21 países. A
Zogby Analytics recebeu uma lista de 378,653 emails dos estudantes
das instituições Laureate. Além disso, criou um portal para três das escolas
onde não pode obter a lista de e-mails. No total participaram da pesquisa 37
universidades de 21 países.
No período de duas semanas foram enviados e-mails nas
linguagens nativas dos estudantes, convidando-os para participar da pesquisa.
Cada convite continha um link com uma identificação única que permitia uma
única pesquisa por email. O link levava a uma pesquisa na língua nativa do
estudante (exceto na Índia e África do Sul onde o língua padrão foi o inglês).
Uma vez completada a pesquisa, o link expirava e não poderia mais ser usado.
Duas semanas após o envio do primeiro e-mail, era enviado um novo e-mail para
aqueles que não haviam respondido. A pesquisa tenha uma vida útil de quatro
semanas, depois disso não podia mais ser utilizada. Os estudantes eram
lembrados que esse tipo de pesquisa nunca tinha sido feita antes e que os
resultados teriam uma função muito importante no futuro da educação superior
mundial. Principalmente para es estudantes dos países em desenvolvimento que
tinham uma média de 18 a 24 anos.
The Student of the Future (Survey Respondents)
Nos últimos 20 anos o mundo viu um impressionante crescimento da classe
médias sem precedentes na história humana, especialmente o crescimento das
classes C nos países em desenvolvimento. Assim, a universidade do futuro deve
ser capaz de lidar com essa crescente demanda tornando o ensino superior mais
acessível à essas classes emergentes. Exatamente esse público que foi abordado
pela pesquisa, 1 a cada tries respondentes indicou que é a primeira pessoa da
família a acessar o ensino superior. Mais impressionante da pesquisa é que 5 ou
6 a cada oito entrevistados indicaram que pagam eles mesmos por sua educação,
ou o pagamento é feito através de suas famílias (90% dos entrevistados nos
países em desenvolvimento). Para esses estudantes, a educação é considerada um
investimento pessoal e não uma titulação. Além disso, como 1 a cada 3 dos
entrevistados são os primeiros em suas famílias a acessar o ensino superior há
uma sobrevalorização dessa escolaridade. A maioria dos respondentes,
independentes da localização, são representantes da nova geração do milênio, ou
seja, dominam as novas tecnologias de informação, possuem um relacionamento
mais globalizado e grandes expectativas em relação ao futuro. Eles encontram-se
principalmente, em países em desenvolvimento e são beneficiários do crescimento
das taxas de educação nesses países, e também acreditam que sua educação irá levar
a um maior crescimento nas economias em desenvolvimento.
Por outro lado, um enorme número de estudantes esperam por oportunidades
nas universidades, eles possuem um alto grau de ansiedade e incerteza e estão
bastante ansiosos com relação ao seu futuro, principalmente no que se refere ao
valor do investimento num mercado relativamente limitado de trabalho. Um
economista de Princeton, Alan Blinder, aponta que estudantes ocidentais
entraram claramente na economia denominada “Gig Economy” onde jovens (ou até os mais velhos que se encontram
desempregados) não estão estabilizados nas carreiras mas mudando constantemente
de trabalhos temporários. Segundo o economista, hoje na idade dos 20 anos
muitos terão por volta de 4 gigs até os 30 anos, 10 gigs até seus 40 anos. Como
resultado, o auto-aprendizado tem outro significado, ao invés do objetivo de
obter um diploma, precisa criar um sistema mental que garante um aprendizado de
longo termo, com cursos de capacitação, programas de certificação, mentores
online e coaching, aprendizado de novas habilidades. Esses novos tipos de
programas devem estar disponíveis em tempo real para poderem se encaixar nas
grades dos estudantes, não das instituições” Negócios e empreendedorismo também
precisarão ser mais dirigentes nos cursos pois são geradores de empregos.
Segundo os próprios estudantes pesquisados
Algumas respostas
Na análise a seguir, quando se refere a maior
parte ou a maioria, refere-se a mais de 60% dos entrevistaso, ou seja, entre 61
a 100%.
Transformações pela tecnologia: A visão dos estudantes
sobre o futuro da universidade reflete uma crença universal no poder
transformador da tecnologia na educação superior. Os estudantes são usuários de
internet e querem o melhor que a tecnologia possa lhes oferecer. Materiais gratuitos,
MOOCS, cursos que oferecidos a todos em momentos convenientes, professores
disponíveis 24h on-screen que sejam ao mesmo tempo: tutores, mentores e
encorajadores. Em cada instância, pelo meno sum terço, ou um quarto espera que
a universidade do futuro (nos próximos 15 anos) seja dominada por modelos
tech-friendly.
•
Mais de2 a cada 5 entrevistados
(43%) espera que a maioria de “seus cursos irão incluir conteúdo gratuito na
internet para um número ilimitado de estudantes”. Isso inclui 45% dos estudantes
entre 18-25 anos. Uma a cada três estudantes pensa que o grupo deverá pensar
online ao invés de pensar na sala de aula tradicional, esse visão é
compartilhada por 43% dos estudantes chineses e próximo de um terço dos
estudantes latinos (por exemplo 26% dos brasileiros e 36% dos estudantes de
Honduras). Um enorme grupo de 59% dos entrevistados diz que estudantes irão
utilizar mídias sociais para aprender habilidades e inclusive ensinar para
outros estudantes”
•
Esse grupo de idade (18-24) não
só domina a tecnologia, mas eles não estão acostumados a pagar por coisas que
conseguem gratuitamente pela rede, por isso mais de 2/3 dos entrevistados
esperam encontrar na universidade do futuro livros gratuitos e outros materiais
de ensino. 74% dizem que isso vai tornar as coisas mais fáceis para eles.
•
Esses estudantes não estão mais
interessados em aulas das 9 às 17 mas das 7 às 24. 52% diz que “ a maioria das
aulas serão disponibilizadas o dia todo e a também a noite toda”. Eles não
esperam que a maioria dos cursos mantenham uma grade fixa de horários de aulas
durante o ano e que os cursos serão ofertados com maior frequência para
acomodar melhor as demandas dos estudantes: (44%)
•
Os estudantes asiáticos, mais do
que qualquer outro grupo, acredita que,
no futuro o aprendizado será dominado pelo conteúdo online, e eles também
possuem uma visão mais positiva sobre esse fato. 55% dos estudantes asiáticos
acreditam que as aulas o futuro serão melhores para eles, e apenas 8% pensam
que as coisas podem piorar. Na américa latina esse sentimento de que as coisas
podem piorar é de apenas 9%.
Educação de Valor: Estudantes
querem uma educação que represente um retorno sobre seu investimento, e que
esse retorno seja mais pratico e imediato, pois na maioria das vezes esse
investimento é resultado de uma parceria entre eles e aqueles que se encontram
numa posição melhor para lhes auxiliar. Dessa forma eles esperam que
profissionais do mercado estejam mais próximos da universidade para desenhar
melhor os cursos, tutoriar alguns estudantes e possivelmente realoca-los no
mercado de trabalho.
•
Os entrevistados possuem uma visão clara do valor de seu
aprendizado. Por volta de 7 a cada 10 (71%) entendem que a maioria dos cursos
do futuro irão “ensinar habilidades voltadas para as carreiras” por volta de 2
a cada 3 (64%) veem que esses cursos também terão pensamentos simultâneos em
múltiplas linguagens para facilitar a mobilidade.
•
A maioria espera que os cursos sejam desenhados por
“experts do mercado para preparar os jovens para trabalhar em suas companhias”
(60%) e por “empreendedores pagos por participantes” (45%) ao invés de
“professores (scholars) ou experts do governo” (40%). Apenas 26% esperam que os
cursos sejam formatados por outros estudantes. Dois a cada 5 (44%) entendem que
a maior parte das instruções para o futuro será “part-time nas indústria ao
invés de instrução full-time”. 43% afirmam que a maioria dos estudantes do
futuro “terão tutorias personalizadas e instruções através de professores
online e não pessoalmente”.
•
Estudantes reconhecem que o diploma é temporário e estático
e percebem que uma economia gig envolve mais certificações e recertificações, e
eles que que as instituições onde eles estudam reflitam a respeito, ao invés de
“ofertar cursos, todos de uma vez, num programa tradicional” 41% dos
entrevistados acreditam que o estudante do futuro vai ganhar certificados ao
longo de sua carreira.
•
Os estudantes do futuro serão beneficiados do
“desenvolvimento de carreira, oportunidades de trabalhos e supervisão provida
diretamente pelos empregadores online e em tempo real”, 58%. 69% acreditam que
isso irá melhorar a vida dos estudantes, e apenas 6% acredita que no futuro
será mais difícil estudar. De qualquer maneira os estudantes não excluem o
valor dos professores e governo, eles apenas quere se certificar de que suas
habilidades venhas daqueles que estão com a “mão na massa”, ou seja, daqueles
que estão numa posição mais privilegiada com relação ao mercado de trabalho. Os
professores são vistos pelos entrevistados como tutores experientes, e amigos
dos estudantes para que eles alcancem habilidades de relacionamento em grupo.
Ênfase e Cooperação: Ao contrário de alguns estereótipos,
estudantes asiáticos são menos prováveis a pensar que os negócios futuros são
um prêmio para uma performance acadêmica em cursos individuais (28% dos
asiáticos contra 48% dos latino americanos). Por outro lado, os
latino-americanos são os que menos acreditam que o futuro dos negócios será
colaborativo (48% vs 62% dos asiáticos).
•
Os
estudantes pesquisados acreditam que o seu nível no futuro será baseado
principalmente numa combinação de “contribuição de times e performance
acadêmica” (64%) do que simplesmente numa performance acadêmica (21%), isso
acabou sendo mais evidenciando entre os jovens estudantes. Mais da metade dos
estudantes afirmou que os cursos do futuro serão mais “colaborativos com grande
ênfase em projetos grupais”. Da mesma maneira os estudantes pensam que as
empresas do futuro irão dar mais valor a trabalhos em grupo, relacionamento e
certificados em habilidades de liderança ao invés do modelo atual que valoriza
a performance individual.
Visão Global: Apesar de muitas questões
demostrarem diferenças significantes entre diferentes regiões, assim como as
diferenças entre países, muitas questões representaram uma consistência
interessante, principalmente nos países em desenvolvimento.
•
72% dos estudantes dos países em desenvolvimento acredita
nas mudanças potenciais dos diversos tipos de cursos que serão pensados no
futuro e que será melhor para os estudantes, enquanto que apenas 5% pensa que
essas mudanças irão apenas piorar a situação atual. Esse sentimento positivo é
compartilhado pelos estudantes dos 12 países em desenvolvimento pesquisados.
Conclusão
Hoje, existe um grande número de estudantes no ensino superior,
principalmente nos países em desenvolvimento, e eles esperam que todas as
tecnologias estejam a sua disposição para facilitar o processo de aprendizagem.
O resultado dessa pesquisa indica que as instituições tem como desfio facilitar
o processo de aprendizagem dos futuros estudantes de uma forma mais direta,
pessoal, pratica, conveniente, confortável e plugada nessa que é considerada
uma das passagens mais difíceis na vida de uma pessoa.