Escolher o nome para sua empresa não é uma tarefa fácil. Por outro lado, não é esse bicho de sete cabeças que o pessoal pinta por aí. Envolve um pouco de bom senso, paixão, e por que não: diversão!
Ouvi numa palestra de Jaime Troiano que o nome é o que menos importa para uma empresa. Para ele, o que realmente importa é o uso que se faz dele. Imediatamente discordei, afinal passei anos defendendo que antes de aprovar um nome é preciso verificar a sonoridade, afinidade, disponibilidade, aderência, pregnância, associação com o negócio e principalmente aceitação dos pais - no caso os donos da empresa.
Depois de refletir um pouco cheguei à conclusão de que todos os detalhes do nome são importantes, mas, o mais importante de tudo, é o compromisso ético da empresa com sua àrea de atuação e o respeito que a empresa tem com o consumidor e com a comunidade de marca. O professor Stalimir Vieira defende muito bem esse argumento no livro: Marca - O que o coração não sente os olhos não veem. (em breve abordarei esse tema em mais detalhes, mas indico muito esse livro para aqueles que se interessam pela ética na profissão de publicitário e/ou profissional de marketing)
A editora da PME do portal EXAME.com Daniela Moreira publicou algumas dicas para criação de nomes do sugeridas pelo consultor da Global Brands José Roberto Martins.
1. Pense no posicionamento da marca
Evite criar nomes juntando iniciais dos nomes dos sócios ou simplesmente
escolhendo a esmo uma palavra pela qual se tenha simpatia ou que pareça
“inteligente”. O nome da empresa deve remeter à sua atividade principal
e, ao mesmo tempo, diferenciá-la dos concorrentes que atuam no mesmo
ramo. Mas lembre-se, toda regra tem sua exceção.
2. Simplifique as coisas
Evite nomes muito longos ou complexos, que possam
acabar confundindo seus clientes. Pense na sonoridade e facilidade de memorização.
3. Evite associações impróprias
Evite nomes que possam ter uma conotação negativa tanto na sua língua quanto em outras. BatGut é um exemplo de nome de yogurt muito bem sucedido na Brasil, mas que em inglês é associado à morcego (argh!). Outro exemplo é o infeliz caso de uma empresa asiática que adotou a
sigla KKK – acrônimo da seita racista Ku Klux Klan nos Estados Unidos.
4. Fuja dos modismos
Fuja dos clichês que indicam “modernidade”, por um motivo muito simples: "a moda sai de moda rapidamente.
5. Fique atento à pronúncia
Uma boa marca não funciona apenas no papel. Ela deve ser fácil de
pronunciar, afinal você vai querer que seus clientes sejam capazes de
falar sobre o seu negócio sem gaguejar ou tropeçar nas próprias
palavras. Nomes cuja pronúncia não corresponde à grafia também podem
causar confusão na hora que alguém for tentar achar seu site ou tentar anotar o nome por telefone.
6. Solte a imaginação
Muitas empresas de sucesso da nova geração de negócios online criaram
palavras completamente novas para batizar seus empreendimentos. Nomes
como Google e Flickr desafiaram o dicionário e se transformaram em
grandes sucessos. “Um bom dicionário possui,
em média, 400 mil verbetes. Desses, não mais que 50 mil poderiam ser
utilizados como marcas ou nomes de empresas. As opções estão cada vez
mais escassas”. Invente!
7. Verifique a disponibilidade
Depois de chegar ao veredito, pesquise. Vá ao Registro.br e
visite sites estrangeiros de registro de domínios – afinal, você pode
querer expandir seus negócios para o exterior em algum momento – para
verificar se já não existe na internet um endereço com o futuro nome do
seu negócio. Se o domínio já foi registrado, quer dizer que alguém
provavelmente chegou antes que você, tanto no mundo real quanto no
virtual. Outra dica é procurar pelo nome em sites de busca e veja quais os usos que as pessoas fazem dela.
Teste também com pessoas comuns (não especialistas), principalmente com aquelas que você imagina que farão parte de seu universo de público-alvo e sinta quais as primeiras impressões que as pessoas tiem sobre seu nome. Tente não influenciar sua forma de pensar, apenas observe a reaçnao delas. Pois com isso você terá uma amostra da percepção das pessoas quando entrarem em contato com sua marca via qualquer tipo de mídia (lembre-se que nesses casos você não terá a oportunidade de explicar o que quis dizer com o nome).
Se o endereço estiver disponível, parta então para uma busca no banco de marcas do Inpi (Instituto Nacional da Propriedade Intelectual). Caso a marca esteja disponível para registro, faça logo o processo. “Muitas empresas vão deixando isso de lado e depois acabam tendo um prejuízo enorme porque algum oportunista foi lá e registrou a marca delas para faturar em cima”, alerta Martins.