segunda-feira, 6 de junho de 2011

Com quantas peças se faz uma campanha?

Constantemente os estudantes de publicidade procuram-me perguntando se numa campanha podem usar uma ideia diferente para cada peça da campanha. Por exemplo: se numa campanha a mídia definiu que os melhores caminhos serão: outdoors, jornais, revistas e folhetos para marketing direto. Sempre aparece a dúvida: Posso fazer uma foto diferente para cada meio?

É difícil explicar isso, mas...

Na verdade você deveria mesmo é fazer diversas fotos diferentes com a mesma ideia, e para o mesmo meio.

Como assim?

Tente fazer três ou quatro anúncios de revista com fotos diferentes e a mesma ideia. Evidentemente eles não serão publicados ao mesmo tempo na mesma revista. Mas servirão para dar continuidade à sua campanha.

E as demais peças?

No mesmo caminho, tente fazer três ou quatro anúncios de outdoor para a mesma campanha, seguindo a mesma linha de raciocínio, a mesma ideia e não se esqueça de adequar à peça ao meio. E isso não envolve apenas o formato, mas a linguagem e a quantidade de informação que cada meio aceita.

Ah, e faça também uns cinco anúncios de jornal!

E não se esqueça que, geralmente, o folder ou folheto produzido para uma campanha é um só, e envolve toda a ideia da campanha.

Depois que explico isso, geralmente os estudantes reclamam:

- Pô, mas era para fazer apenas um anúncio de outdoor, um de revista, um de jornal e uma mala direta, ou seja, apenas cinco peças, e você me vem com uns quinze, ce tá louco professor?

Em primeiro lugar, paixão não tem tamanho, e se você gosta de publicidade (como eu gosto), não ligaria em fazer uma infinidade de anúncios para valorizar sua ideia. Em segundo lugar, o custo de uma campanha não se mede pela quantidade de peças, mas pela sua veiculação. Assim, uma campanha feita apenas por um outdoor nacionalmente pode custar bem mais do que uma campanha feita de 50 peças. Entretanto a afetividade desta última pode ser bem maior. Em terceiro lugar, a universidade é uma simulação do mercado de trabalho. Se vc não quer brincar de realidade, tudo bem. A vida te ensina depois na prática.

Para exmplificar, peguei uma campanha aleatória disponível no site do Clube de Criação de São  Paulo, feito pela carioca Quê para o Instituto OndAzul para lembrar do Dia Internacional do Meio Ambiente, comemorado nesse domingo dia 05 de junho. Foram criados três anúncios (provavelmente para jornal, mas que poderiam ser adaptados a outros meios) que possuem o seguinte conceito: Quando poluímos, também colocamos em perigo nossa própria espécie.

O título é provocativo: "Arque com as consequências." (Note que, apesar de ser um título provocativo e exclamativo, não possui nem ao menos uma exclamação, nem diversas interrogações, nem as dispensáveis reticências).

O texto envolve o tema principal apresentando uma verdade irrefutável: "Poluir coloca em risco muitas espécies" (Daí vem a provocação) "Inclusive a sua" (Ponto final)

Na sequência a apresentação do dia do meio ambiente: 5 de junho. Dia Mundial do meio ambiente.

Repare no alinhamento da marca com o texto alinhado à direita, enquanto o título alinha-se à esquerda, tudo colocado discretamente no canto superior direito da peça.





Ficha Técnica:
Diretor de Arte: Rodrigo Ribeiro
Redator: Eduardo Almeida
Diretores de Criação: Eduardo Almeida and Chiquinho Luchinni
Fotografia: Rudy Hühold
Manipulação:Furia
Atendimento: Tatiana Soter, Danielle Portela, Marina Gouvea e Gláucia Machado
Mídia: Vanessa Alves, Elton Baesso, Luciana Santos, Priscila Edmundo e Ronny Alvarado


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